A Marcha dos Vadios

Nada justifica a atitude contra jornalistas e, principalmente, a retórica incendiária de políticos e da militância encastelada em cidadelas virtuais muito bem remuneradas.

Alexandre Borges
2 min readJun 3, 2021

O professor foi morto por um terrorista de 18 anos de idade, russo de origem chechena, que foi morto na perseguição policial após o crime. Um pai de aluna, muçulmano, foi preso após as investigações mostrarem postagens inflamatórias em vídeo nas redes sociais. Ele xingava o professor de “bandido”, urgia outros pais a se unirem contra ele e pedir a sua demissão. Uma meia-irmã dele ingressou no Estado Islâmico em 2014.

O professor, na aula em que mostrou os cartuns, avisou antes aos alunos muçulmanos que eles poderiam sair da sala se quisessem. Alguns saíram, outros não, mas a notícia logo se espalhou e Samuel Paty acabou degolado. É um crime com um assassino identificado, mas a responsabilidade do pai que incitou o ódio nas redes sociais foi devidamente reconhecida. É um tipo de crime dos novos tempos e a legislação vai, aos poucos, acompanhando as mudanças da sociedade. Antes tarde do que nunca.

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Um novo mundo cria novas possibilidades, oportunidades e problemas que demandam atenção da sociedade, em especial dos legisladores e do judiciário. Como responsabilizar um influenciador digital que dissemina ideias tóxicas por crimes cometidos por seguidores de miolo mole sem cercear a liberdade de expressão? Por que um influencer é menos responsável do que Manson por crimes que não participou, mas incutiu na cabeça de seus seguidores?

Se não há participação direta no ato delituoso, é possível estabelecer um nexo causal entre o que diz o influenciador digital e o que fazem idiotas que cometem atrocidades a partir de comandos, explícitos ou não, dados por ele em seus perfis? Como identificar e punir o Charles Manson digital dos dias de hoje?

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