A regra do jogo
Em qualquer atividade humana q envolva a interação com o outro, na esfera pública ou privada, antes da ação há um estabelecimento tácito de regras.
Eu já ouvi gente dizendo, por exemplo, “o país está muito radical para a direita, vou votar num radical de esquerda para compensar”, ou vice-versa. Entendo a motivação, mas nada poderia ser mais errado em função dos resultados esperados.
Quando você defende um radical, antes de tudo, você está estabelecendo tacitamente as regras do jogo. Neste caso, um jogo que só os radicais jogam. E é nesse momento que nasce a polarização e o risco do autoritarismo de um lado para esmagar o outro.
Você não combate um antidemocrático de esquerda com um antidemocrático de direita, ou vice-versa. Isso é simplesmente uma negação da psicologia humana.
Se um time começa a dar canelada e o juiz não marca falta, o jogo descamba. O adversário entende o vale-tudo e passa a dar caneladas também. Qual é a maneira de consertar o jogo? Antes de escolher um lado, lutar pelo respeito das regras para todos os lados.
Quando Rishi Sunak entrega o poder para Keir Starmer com elegância e espírito público, ele está reforçando que, acima de ideologias e partidos, está o Reino Unido e seu povo. E é, em grande parte, por isso que eles são quem são.